quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Resenha Literária: Extraordinário


Informações:
Resenha feita por: Luiza
Autor (a): R.J. Palacio
Editora: Intrínseca
Páginas: 320

August Pullman, ou Auggie, é um menino de 10 anos muito inteligente, que adora Star Wars, joga bastante videogame e é apaixonado por sua cachorrinha de estimação, Daisy. Ele poderia ser encarado como um menino comum, porém não é assim que as pessoas o enxergam. Auggie nasceu com uma síndrome genética e possui uma deformidade facial, o que geralmente faz com que as pessoas o encarem com repulsa ou pena, porém o próprio Auggie não consegue ver dessa forma. Ele se acha um menino extremamente normal, sem absolutamente nada de extraordinário.



"O legal de crianças pequenas é que elas não dizem coisas para tentar magoar você e, mesmo que às vezes façam isso, não sabem o que estão falando. Quando elas crescem, por outro lado...sabem muito bem o que estão dizendo. E isso, definitivamente, não é divertido para mim."
Auggie passou grande parte de sua infância fazendo diversos procedimentos cirúrgicos para tentar amenizar a sequela causada pela doença genética. Em nenhum momento do livro, a deformidade de Auggie é totalmente descrita. Algumas características são apresentadas porém cabe ao leitor imaginar o rostinho de dele como um todo. Os pais de Auggie são extremamente dedicados e superprotetores, principalmente a mãe, Isabel. Depois de muitos anos testemunhando as piores reações possíveis das pessoas ao rosto de Auggie, os dois hesitam bastante em mandar o menino para uma escola. Quando Auggie está com 10 anos, os pais conversam com ele e decidem que já é hora de Auggie ir para a escola e enfrentar o mundo.

É então que aparece um dos muitos personagens extremamente carismáticos do livro, o diretor do colégio, o senhor Buzanfa (Tente ler o nome dele sem rir! Eu não consigo.). Desde o primeiro momento ele se mostra extremamente cuidadoso e zeloso com Auggie e convoca alguns alunos do colégio para o receberem e apresentarem aos outros alunos. São muitos os momentos que me fizeram amar esse personagem, e conforme a história avança fica evidente seu excelente caráter e senso de justiça. Tentem não chorar no discurso dele no final do livro!
"Grande é aquele cuja força conquista mais corações pela atração do próprio coração."
O livro é narrado não apenas por Auggie, mas também por outros personagens, incluindo sua irmã e alguns colegas de turma. A princípio, achei que não iria gostar desse formato, porém os personagens são tão apaixonantes que não tem como não se encantar com os relatos de todas as pessoas que são afetadas de uma forma ou de outra por Auggie.

Olivia, a irmã de August, é uma de minhas personagens favoritas. Sua narrativa é uma das mais surpreendentes, pois percebemos como sua vida pode ser solitária em casa, já que o constante centro das atenções é seu irmão. Em nenhum momento, ela é uma personagem mesquinha ou egoísta, porém uma menina extremamente madura para sua idade tentando lidar com seus problemas adolescentes sozinha e falhando algumas vezes, o que a torna extremamente humana.
"Eu vi August depois das cirurgias: seu rostinho inchado e enfaixado, seu corpinho cheio de cateteres e tubos para mantê-lo vivo. Depois que você vê alguém passando por isso, parece loucura reclamar por não ter ganhado o brinquedo que pediu ou porque sua mãe perdeu a peça da escola. Aprendi isso aos seis anos. Ninguém nunca me disse. Eu simplesmente soube."
As narrativas dos amigos de escola de Auggie também são extremamente adoráveis. Summer e Jack são dois lindos que me lembraram muito um filme com Robin Williams que eu adorava quando era criança, chamado Jack. Os dois são uma grande representação da palavra amizade em seu sentido mais puro. Dois amigos de verdade que viram os grandes defensores de Auggie na escola, pois é claro que assim como em qualquer colégio, existem muitas crianças com espírito de porco que farão você querer pular dentro da página para defender Auggie. (Estou olhando para você Julian!)
"Sempre haverá idiotas no mundo, Auggie."
É muito difícil para mim tentar externar tudo que esse livro me fez sentir. Durante a leitura eu ri e chorei, refleti, e no final eu realmente hesitei muito em virar a página porque realmente não queria que a leitura terminasse. Sim, ele é esse tipo de livro.
"Vamos criar uma nova regra de vida...sempre tentar ser um pouco mais gentil que o necessário."
Todos os personagens presentes no livro estão presentes para fazerem com que você sinta alguma coisa. Prepare-se para se apaixonar por alguns personagens e para odiar outros. Prepare-se para sentir amor, compaixão, alegria, raiva e para tentar controlar a vontade de abraçar o Auggie em cada virada de página.
Percebe-se que a autora sabe o que está fazendo quando ela narra por vários pontos de vista diferentes e consegue te convencer e emocionar com cada um deles.
"Acho que devia haver uma regra que determinasse que todas as pessoas do mundo tinham que ser aplaudidas de pé pelo menos uma vez na vida."
Esse livro é um presente para quem se apaixona por personagens. Não me lembro de um grupo de personagens tão bom desde A culpa é das estrelas. Me envolvi tanto com essa história que no final fiquei abraçada com o livro enquanto me despedia de Auggie, Olivia, Jack e todos os personagens maravilhosos que conheci aqui. Prepare-se para conhecer uma história sobre inocência, perda da inocência, sobre a maldade de algumas pessoas e sobre a bondade de outras. Por mais clichê que seja, acreditem que esse livro é realmente extraordinário!
"Não, não é tudo um acaso. Se fosse, o universo nos abandonaria à própria sorte. E o universo não faz isso. ele cuida das suas criações mais frágeis de formas que não vemos."

Avaliação:

Um comentário:

  1. Eu simplesmente amei essa resenha! Completinha, com tudo que tem direito. E não é um mega spoiler. Rs!
    A história é linda, leve, engraçada em muitos momentos e simples. A autora não precisou usar de dramas e outros sentimentos para fazer com que sua história virasse um best seller. Me admira, já que tinha tudo para arrancar lágrimas de tristeza.
    Realmente, é impossível não chorar com o discurso final. É aquele tipo de coisa que você tem imprimir e carregar com você para todos os lados.
    Prezo que o 'Extraordinário' deveria ser um livro didático, adotado por todas as escolas. Seria utópico?

    Beijos!

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